Com Elevação da Temperatura, Aumentam os Casos de Acidentes com Animais Peçonhentos

Com Elevação da Temperatura, Aumentam os Casos de Acidentes com Animais Peçonhentos

Em 2022, o Paraná registrou mais de 14 mil acidentes com animais peçonhentos, sendo que as picadas de escorpiões somaram 1.738 casos. Neste ano, de janeiro a setembro (dados preliminares), já foram computados 924 acidentes com escorpiões. No mesmo período de 2021, o Paraná registrou 990 casos. No Paraná, existem vários tipos de escorpiões nativos, como o marrom (Tityus bahiensis, Tityus costatus, Ananteris sp) e o pretinho, do gênero Bothriurus, espécies que não apresentam acidentes graves. No entanto, a partir da década de 1980 foi introduzido no Estado o escorpião amarelo (Tityus serrulatus), espécie de maior periculosidade, sendo o principal causador dos óbitos, principalmente em crianças. Este é uma espécie que se reproduz com rapidez. É uma espécie generalista com grande capacidade de adaptação a ambientes alterados, como os ambientes domiciliares e seu entorno. A presença de apenas um exemplar pode provocar a infestação, porque a fêmea se reproduz de forma assexuada (partenogênose), sem a necessidade do macho. Assim como os escorpiões outros aracnídeos de interesse médico preferem se proteger em ambientes quentes e úmidos, saindo para caçar e se alimentar.

No ambiente domiciliar o escorpião amarelo se abriga sob madeiras velhas, lenha, telhas, tijolos, restos de construção, entulhos e principalmente frestas em calçadas, muros e paredes. O lixo domiciliar mal acondicionado, restos de alimentos e sujeira nos domicílios atraem insetos, como baratas e outros que são alimentos dos escorpiões. Dessa forma, estes animais têm abrigo, alimento e água no entorno das habitações.

COMO EVITAR OS ACIDENTES

Para evitar acidentes com aracnídeos e serpentes, é importante que as pessoas removam materiais desnecessários, mantenham o lixo domiciliar acondicionado de forma adequada e fechem as frestas para que os escorpiões não se instalem e se reproduzam nas casas. 

As temperaturas mais quentes e o grande fluxo de pessoas em locais que são os habitats naturais desses animais favorecem o crescimento no número de acidentes. No Litoral do Estado o risco é ainda maior devido à grande faixa de mata nativa a fauna existente na região é bastante diversificada, o que reforça a necessidade dos profissionais conhecerem as características de cada animal. Em acidentes com serpentes Jararaca (Bothrops jararaca) e aranha Armadeira (Phoneutria nigriventer) campeãs de acidentes, por exemplo, o atendimento deve ser imediato, devido a alta periculosidade para crianças menores de 07 anos e idosos acima de 60 anos, devido ao sistema imunológico ainda não formado e o outro defasado pelo adiantado da idade.

Para evitar acidentes com aracnídeos e serpentes, é importante que as pessoas removam materiais desnecessários, mantenham o lixo domiciliar acondicionado de forma adequada e fechem as frestas para que os escorpiões não se instalem e se reproduzam nas casas. 

As temperaturas mais quentes e o grande fluxo de pessoas em locais que são os habitats naturais desses animais favorecem o crescimento no número de acidentes. No Litoral do Estado o risco é ainda maior devido à grande faixa de mata nativa a fauna existente na região é bastante diversificada, o que reforça a necessidade dos profissionais conhecerem as características de cada animal. Em acidentes com serpentes Jararaca (Bothrops jararaca) e aranha Armadeira (Phoneutria nigriventer) campeãs de acidentes, por exemplo, o atendimento deve ser imediato, devido a alta periculosidade para crianças menores de 07 anos e idosos acima de 60 anos, devido ao sistema imunológico ainda não formado e o outro defasado pelo adiantado da idade.

Animais peçonhentos são reconhecidos como aqueles que produzem ou modificam algum veneno e possuem algum aparato para injetá-lo na sua presa ou predador. Os principais animais peçonhentos que causam acidentes no Brasil são algumas espécies de serpentes, de escorpiões, de aranhas, de lepidópteros (mariposas e suas larvas), de himenópteros (abelhas, formigas e vespas), de coleópteros (besouros), de quilópodes (lacraias), de peixes, de cnidários (águas-vivas e caravelas), entre outros.

Os animais peçonhentos de interesse em saúde pública podem ser definidos como aqueles que causam acidentes classificados pelos médicos como moderados ou graves. Os acidentes por animais peçonhentos e, em particular, os acidentes ofídicos foram incluídos, pela Organização Mundial da Saúde, na lista das doenças tropicais negligenciadas que acometem, na maioria dos casos, populações pobres que vivem em áreas rurais. Em agosto de 2010, o agravo foi incluído na Lista de Notificação de Compulsória (LNC) do Brasil, publicada na Portaria Nº 2.472 de 31 de agosto de 2010 (ratificada na Portaria Nº 104, de 25 de janeiro de 2011).

Muito cuidado ao entrar em lugares escuros e manipular lixo e entulho ou colocar a mão em buracos. Cercanias de casas, celeiros, currais, canis e outros devem estar sempre limpos e capinados. O lixo deve ser acondicionado em recipientes fechados para não atrair animais como pequenos roedores, que fazem parte da dieta de serpentes. Quando todos esses cuidados preventivos falham e os acidentes acontecem algumas medidas importantes devem ser tomadas para que os prejuízos e complicações sejam os menores possíveis.

PRINCIPAIS ESPÉCIES DE INTERESSE MÉDICO

No Brasil são registrados mais de 20.000 acidentes ofídicos por ano e a maioria acontece nos meses quentes e chuvosos. Existem quatro grupos (gêneros) de serpentes peçonhentas. O mais comum é composto por diversas espécies do gênero Bothrops, conhecidas popularmente como jararaca, jararacuçu, urutu-cruzeiro, caiçaca, jararaca- donorte, entre outras. O acidente botrópico geralmente causa alterações locais como dor, edema (inchaço) e equimoses (manchas roxas). Nem sempre as marcas deixadas pelas presas na pele são evidentes. Mais tardiamente, bolhas podem surgir e até necrose (morte dos tecidos acometidos). Outra complicação acontece quando bactérias que vivem na boca da cobra causam infecção na pele do paciente. Além das alterações locais, o sangue pode ser tornar incoagulável, predispondo a hemorragias (sangramentos) que podem por em risco a vida.

Em segundo lugar vem à cascavel (gênero Crotalus). O acidente crotálico pode provocar fraqueza, turvação da vista, queda das pálpebras e paralisia de músculos da face. O indivíduo pode queixar-se também de dores musculares e apresentar urina escura, o que pode contribuir para que haja comprometimento dos rins. Habitualmente não há alterações importantes no local da picada, apenas inchaço e formigamento discretos. Em alguns casos, não é possível identificar o ferimento das presas.

A escolha do soro e a quantidade dependem do diagnóstico que deve ser feito para cada tipo de acidente. Antes de se administrar o soro é preciso avaliar se há manifestações clínicas que indiquem que o indivíduo foi picado por uma serpente peçonhenta. Há muito mais serpentes não peçonhentas na natureza e, para essas, não há necessidade de tratamento específico. Deste modo, a soroterapia deve ser indicada por um médico, e a aplicação feita de acordo com a gravidade do envenenamento. Sua administração é por via intravenosa e não deve ser feita fora do ambiente hospitalar pois pode provocar reações alérgicas que podem ser graves e requerem tratamento imediato.