Biomas Anuncia Projeto de Restauração de Florestas Nativas em Parceria com Veracel no Sul da Bahia

Biomas Anuncia Projeto de Restauração de Florestas Nativas em Parceria com Veracel no Sul da Bahia

Iniciativa vai recuperar 1,2 mil hectares com mais de 70 espécies nativas. É o primeiro projeto da Biomas, empresa formada por Itaú, Marfrig, Rabobank, Santander, Suzano e Vale

A Biomas, empresa de regeneração de ecossistemas que tem como acionistas Itaú, Marfrig, Rabobank, Santander, Suzano e Vale, anunciou nesta sexta-feira (25) seu primeiro projeto de restauração florestal. A iniciativa irá restaurar 1,2 mil hectares de Mata Atlântica em áreas da Veracel Celulose, indústria de base florestal que atua há mais de 30 anos no Sul da Bahia, com o plantio de mais de 70 espécies nativas. O investimento inicial previsto é de R$ 55 milhões.

Criada no fim de 2022, a Biomas faz parte de um novo setor econômico que está emergindo no Brasil, capaz de gerar emprego e renda e mitigar as crises climática e de biodiversidade. O projeto, batizado de Muçununga em homenagem a um ecossistema que só ocorre nessa região da Mata Atlântica, é parte de uma meta maior de restaurar 2 milhões de hectares de áreas degradadas ou improdutivas nos próximos 20 anos. 

Como as florestas removem volumes significativos de CO2 da atmosfera, o modelo de negócio prevê que a restauração seja financiada pelos créditos de carbono que serão gerados na área recuperada. A expectativa é de que este primeiro projeto gere aproximadamente 500 mil créditos de carbono em 40 anos. Cada crédito de carbono representa uma tonelada de CO2 que foi removida da atmosfera. 

“Nosso negócio não é só plantar árvores e vender carbono. O carbono é um meio para financiar a restauração, mas não um fim”, afirma Fabio Sakamoto, CEO da Biomas. “A restauração ecológica gera múltiplos benefícios, como melhoria da qualidade do solo e da água, recuperação e proteção da biodiversidade e regulação do clima”, explica. A iniciativa também deve promover oportunidades como emprego e renda na região, entre outros benefícios sociais. 

“O Brasil é o lugar do mundo com maior vocação para remover carbono da atmosfera usando soluções baseadas na natureza. Além de conhecimento e empresas florestais de grande escala, o país tem uma grande área que pode ser restaurada, sem competir com outras atividades produtivas”, afirma Sakamoto. A área de pastagens degradadas no país ultrapassa a marca de 100 milhões de hectares, segundo relatório de 2024 elaborado pelo Boston Consulting Group (BCG), WWF e The Nature Conservancy (TNC). Para se ter uma ideia, é uma área equivalente aos territórios da França e Espanha somados.

O Projeto Muçununga, o primeiro da Biomas, está localizado na chamada Hileia baiana, dentro do corredor Central da Mata Atlântica, uma das regiões com maior biodiversidade do planeta. Com apenas 26,2% da vegetação original nativa, segundo levantamento do MapBiomas, a Mata Atlântica é o bioma brasileiro que mais sofreu transformações nos últimos séculos. As áreas que serão restauradas pela Biomas pertencem à Veracel e estão distribuídas por oito municípios no Sul da Bahia.

“Essa parceria com a Biomas reforça o compromisso da Veracel com a conservação ambiental e o desenvolvimento sustentável no território onde atuamos. Mais do que uma ação compartilhada, estamos aportando um histórico consolidado que nos posiciona como referência em iniciativas de regeneração ecológica e proteção da biodiversidade da Mata Atlântica no Sul da Bahia. Ao destinar áreas próprias para restauração com espécies nativas, reafirmamos nosso papel como protagonistas na promoção de soluções baseadas na natureza e na preservação de ecossistemas de alta relevância ambiental”, afirma Caio Zanardo, diretor-presidente da Veracel.

A Veracel é uma empresa que atua com o manejo sustentável de suas florestas de eucalipto e, ainda, mantém um hectare de Mata Atlântica para cada hectare de eucalipto plantado para a produção de celulose da empresa. Com expertise em restauração ecológica, a companhia apoia projetos voltados à conservação da biodiversidade e à valorização dos ecossistemas locais.

Nos próximos dois anos, a Biomas vai plantar 2 milhões de mudas na área do projeto. A alta diversidade de espécies nativas será um dos diferenciais: serão plantadas mais de 70 espécies, como araçá, copaíba, guapuruvu, ipê-amarelo, jacarandá-da-bahia e jatobá. Essa grande variedade garante a recuperação do ecossistema natural e gera mais valor ao projeto. Segundo levantamento da MSCI Carbon Markets, globalmente, apenas 1% dos projetos de restauração de nativas para carbono usa mais de 10 espécies. 

Por promover ganhos de biodiversidade e de impacto social, e por ser totalmente voltada à restauração de nativas, a iniciativa vai gerar um crédito de carbono “premium”, de alta integridade, que tem maior valor no mercado. No ano passado, a empresa firmou uma parceria inédita com a International Finance Corporation (IFC), braço de investimentos privados do Banco Mundial, para aprimorar processos e indicadores de seus projetos de restauração florestal, assegurando a alta qualidade do crédito de carbono gerado.

“Ficamos contentes em compartilhar com a Biomas a expertise global da IFC em indicadores sociais, ambientais, de biodiversidade e de governança”, afirma Raphael Eskinazi, Gerente Regional da IFC. “Esta parceria também nos oferece uma oportunidade valiosa para aprofundar nosso conhecimento sobre as especificidades do mercado de restauração de ecossistemas”, acrescenta.

O Projeto Muçununga buscará os mais elevados padrões que atestem benefícios tangíveis ao clima, à comunidade e à biodiversidade. 

Sobre a Biomas

A Biomas é uma empresa de restauração ecológica em larga escala, que realiza o plantio e a manutenção de árvores nativas em áreas degradadas ou não produtivas. Foi criada no fim de 2022 e tem como sócios Itaú, Marfrig, Rabobank, Santander, Suzano e Vale, um consórcio inédito de empresas consolidadas que se unem em torno de um negócio de impacto no País.

Sobre a Veracel

A Veracel Celulose é uma empresa de bioeconomia brasileira que integra operações florestais, industriais e de logística, que resultam em uma produção anual média de 1,1 milhão de toneladas de celulose, gerando mais de 3,2 mil empregos próprios e de terceiros, na região da Costa do Descobrimento, sul da Bahia e no Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais. Além da geração de empregos, renda e tributos, a Veracel é protagonista em iniciativas socioambientais no território. A consultoria Great Place to Work (GPTW) validou a Veracel como uma das melhores empresas para trabalhar no Brasil pelo 7º ano consecutivo. Além dos mais de 100 mil hectares de área protegida ambientalmente, é guardiã da maior Reserva Particular do Patrimônio Natural de Mata Atlântica do Nordeste brasileiro.

Visão dos conselheiros Biomas

“A restauração florestal é a solução mais efetiva para combinar captura de carbono, conservação da biodiversidade, renda e emprego para comunidades locais. O Brasil tem a capacidade de oferecer essa solução ao mundo, e a Biomas nasce com a missão de escalar essa atividade, criando projetos robustos e mensuráveis, que unem ganhos ambientais e impacto social positivo”, afirma Beto Veríssimo, co-fundador do Imazon e conselheiro independente da Biomas.

“O primeiro projeto da Biomas representa um marco significativo frente ao compromisso de restauração florestal traçado pela empresa para os próximos 20 anos. Como agente catalisador para a nova economia, de baixa emissão de carbono, o Itaú Unibanco tem trabalhado na oferta de soluções financeiras que integrem produtividade, conservação ambiental e impacto positivo. E esta iniciativa reflete o papel estratégico do setor financeiro na indução de mudanças estruturais em direção a um modelo de desenvolvimento mais sustentável e resiliente”, afirma Pedro Fernandes, diretor de Agronegócio do Itaú BBA.

“O compromisso da Marfrig com a sustentabilidade é um pilar fundamental da nossa estratégia. Dentro dessa estratégia, acreditamos que a restauração ecológica é uma das principais iniciativas que contribui para a conciliação da produção com a manutenção e conservação de nossos biomas, além de trazer múltiplos benefícios sociais e econômicos. Por isso somos parte da Biomas, que anuncia agora esse importante projeto que certamente terá um impacto positivo e decisivo na região na qual será implementado”, afirma Paulo Pianez, diretor global de Sustentabilidade da Marfrig.

“Como um banco com raízes cooperativas e um compromisso inabalável com a sustentabilidade, o Rabobank tem o orgulho de promover o desenvolvimento da Biomas e do mercado de carbono voluntário. O lançamento do projeto Muçununga representa um marco significativo para a Biomas e para a região, ao impulsionar a restauração florestal com o envolvimento ativo da comunidade local. Esta iniciativa não apenas gera um impacto econômico, social e ambiental positivo e duradouro para nós e para as futuras gerações, mas também fortalece o mercado voluntário de carbono, permitindo que mais projetos de reflorestamento se tornem realidade. O Rabobank apoia esta iniciativa, juntamente com os demais acionistas da Biomas e outros investidores, seguindo sua missão de cultivar um mundo melhor, juntos”, afirma Fabiana Alves, CEO Rabobank Brasil e Head para América do Sul.

“A restauração ecológica tem potencial de ser um novo vetor de desenvolvimento econômico sustentável para o Brasil. Com o projeto Muçununga, a Biomas mostra que é possível regenerar ecossistemas, gerar créditos de carbono de alta integridade e, ao mesmo tempo, criar oportunidades reais de renda e trabalho em territórios vulneráveis. É uma solução de mercado que une retorno ambiental, impacto social e viabilidade financeira”, afirma Maitê Leite, vice-presidente Institucional do Santander Brasil.

“A Biomas nasceu com o propósito de promover a regeneração em larga escala dos biomas brasileiros, um objetivo que ganha nova forma a partir do lançamento do projeto Muçununga. Ele simboliza a comprovação de como a união de forças pode resultar na construção de soluções sustentáveis que gerem impacto positivo para o meio ambiente e para as pessoas, sem deixar de lado a viabilidade econômica tão necessária para ampliarmos nossa capacidade de transformação. É dessa forma que acreditamos na atuação da sociedade em busca de alternativas para mitigar os efeitos das mudanças climáticas”, afirma Malu Paiva, vice-presidente executiva de Sustentabilidade, Comunicação e Marca da Suzano.

“O Brasil vive um momento crucial. Com o avanço das mudanças climáticas, eventos extremos e perda de biodiversidade, investir em projetos de restauração ecológica é mais do que necessário — é estratégico. Restaurar ecossistemas significa recuperar serviços ambientais essenciais, como a regulação do clima, a proteção da água e do solo, além de gerar empregos verdes e oportunidades para comunidades locais. É uma ponte entre conservação, desenvolvimento sustentável e justiça climática. O tempo de agir é agora”, afirma Hugo Barreto, diretor de Clima, Natureza e Investimento Cultural da Vale.

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