Aumento na Conta de Luz: É Possível Ter Uma Conta mais Barata Mesmo com as Bandeiras Tarifárias em Alta?
Energia solar por assinatura e sistema de cogeração se apresentam como alternativas mais econômicas e sustentáveis para lares brasileiros
Em setembro, a bandeira tarifária para as contas de luz dos brasileiros passou a ser vermelha patamar 2 por determinação da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), o que significou acréscimo nas contas dos brasileiros de R$7,877 a cada 100 kW/h consumidos, cerca de quatro vezes mais do que o acréscimo da bandeira amarela de R$1,885 estipulado em julho deste ano. Conforme a ANEEL, a previsão de chuvas abaixo da média, o clima seco, as altas temperaturas, o baixo volume de água nos reservatórios das hidrelétricas e a expectativa de aumento no consumo de energia justificaram a tarifa extra no período, que não era acionada desde agosto de 2021.
Observando as variações climáticas cada vez mais presentes no nosso país e nos consequentes aumentos do custo da energia, o consumidor deve pensar em novas formas de consumo de energia, com o objetivo de, ao mesmo tempo, obter economia e ter um padrão de consumo mais sustentável. É o que proporciona a energia solar, em que os módulos fotovoltaicos captam a luz solar e produzem energia, que é então convertida pelo inversor solar para ser compatível com a rede elétrica.
O Brasil é referência quando falamos em energia solar: foram 6,9 GW acrescentados apenas no primeiro semestre de 2024, chegando a 44 GW de capacidade instalada na fonte solar. Em agosto, somente na primeira quinzena do mês, a produção de energia solar cresceu mais de 25% segundo análise da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). No mês anterior, o país alcançou a marca de 2,8 milhões de residências com energia solar nos telhados, segundo a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar).
Parte desta expansão ocorre pelo aumento do consumo de energia através da modalidade de assinatura de energia*, na qual o cliente adere a uma associação ou consórcio de consumidores, por sua vez aluga usinas que geram energia solar em nome dos associados, resultando em benefícios aos consumidores sem a necessidade de realizar obras ou instalação de equipamentos em seus imóveis. Essa modalidade foi regulamentada a partir de 2015, quando a geração compartilhada foi autorizada pela Aneel e posteriormente transformada em Lei em 2022, e atualmente encontra-se em franca expansão no país.
Um condomínio residencial, por exemplo, com conta de energia média de R$6 mil mensais na conta de luz, pode ter uma economia média de R$9 mil por ano com a assinatura de energia, segundo informações da Desperta Energia, empresa de base tecnológica focada no segmento de geração distribuída de energia. Quem é assinante de energia, além do menor custo de energia com relação às distribuidoras de energia, em geral também fica isento dos encargos adicionais das bandeiras tarifárias, quando estas estão vigentes.
“Uma maior geração de energia solar também pode reduzir o uso das hidrelétricas durante o dia, permitindo a maior preservação dos níveis dos reservatórios em faixas seguras, cada vez mais importante em função da diminuição do volume de chuvas”, explica Marciliano Freitas, CEO da Desperta Energia.
Outra alternativa para os consumidores reduzirem os custos com energia, que já vem sendo aplicada em condomínios residenciais, é a adoção de um sistema de cogeração de energia, que pode atingir uma economia operacional anual de até 50%. A redução no consumo acontece por meio da produção de água quente e energia elétrica, reunida em uma única solução.
“O micro CHP da YANMAR utiliza motor de combustão interna, alimentado por gás natural, para produzir água quente e energia elétrica de forma simultânea. Na prática, o calor que normalmente é perdido no sistema de escapamento do motor do gerador é recuperado para fornecer água quente, por exemplo, algo bastante demandado em condomínios”, explica Cristiano Maeda, supervisor de Vendas da YANMAR South America, uma multinacional japonesa fabricante de soluções para diversos setores da indústria brasileira.
Condomínios que utilizam centrais de água quente e/ou piscinas climatizadas têm investido no produto, visando a redução dos custos com gás natural e energia elétrica. “Em muitos projetos as construtoras adotam o uso da central de água quente para dar mais conforto e segurança aos moradores. Aplicando o CHP nos projetos, na maioria dos casos, é possível “zerar” a fatura de energia elétrica do condomínio e ainda gerar créditos na fatura de cada apartamento”, acrescenta Maeda e conclui “Sabemos que atualmente existem inúmeras soluções que entregam uma economia real no consumo de energia. Isso permite que os consumidores tenham acesso a um número maior de opções econômicas e sustentáveis, onde podem levar em consideração aquela que faz mais sentido para sua residência ou negócio”.
*A energia solar por assinatura é baseada nos termos da geração compartilhada de energia, modalidade regulamentada através da Lei Federal 14.300/2022 e Resoluções Normativas 1.000/2021 e 1.059/2023 da ANEEL. Ao contratar a energia solar por assinatura da Desperta Energia, o cliente adere a um consórcio de consumidores de energia, o qual é possuidor ou proprietário de usinas solares que geram energia em benefício de seus membros.