UNITAU oferece nova pós graduação em Design de Assentamentos Sustentáveis e Ecovilas
A partir de março de 2021, a Universidade de Taubaté (Unitau) oferecerá um novo curso de pós-graduação Lato sensu em Design de Assentamentos Sustentáveis e Ecovilas, feito em parceria com a ONG Associação Pró Ecovilas (APE).
Com carga horária de 400 horas e duração de 12 meses, o curso é EAD, com aulas online realizadas aos sábados. Haverá também um módulo presencial com aulas práticas e visitas técnicas a serem realizadas em finais de semana previamente agendados nas dependências da Unitau e na Ecovila Vargem Grande, que está sendo construída em São José dos Campos.
“Esse é um dos maiores diferenciais do nosso curso, já que os alunos poderão acompanhar pessoalmente a construção de uma Ecovila real, observando todos os processos e já aplicando na prática o que estiverem aprendendo. Não será apenas uma simulação”, comenta o professor doutor Ademir Fernando Morelli, coordenador do curso e fundador da APE, que foi criada para promover o urbanismo sustentável e as Ecovilas.
O objetivo do novo curso é qualificar profissionais de diferentes áreas para atuarem em uma realidade pós-pandemia, marcada pela transformação das relações interpessoais com as edificações e, principalmente, com o espaço urbano e rural. A ideia é capacitar esses profissionais para a concepção, projeto, implantação e gestão de assentamentos sustentáveis (loteamentos e condomínios sustentáveis) e Ecovilas.
“Nosso curso atende uma demanda emergente. Afinal, as pessoas procuram mais qualidade de vida e formas alternativas e sustentáveis de moradia. Com a pandemia, vemos muita gente buscando por mais espaço e contato com a natureza e uma tendência mundial de procura por novas formas de viver em comunidade”, analisa o professor Morelli.
Porém, alerta ele, sem planejamento e estrutura, esta mudança pode não acontecer e até virar um grande problema: “Faltam profissionais qualificados para elaborar esses novos tipos de empreendimento. Alguns condomínios usam termos como ‘green’ e ‘ecológico’ sem ter sequer coleta seletiva de lixo”, conta o professor. “Muitos que sonham morar em Ecovilas formam grupos que compram terras e constroem sem organização e um projeto que contemple, por exemplo, questões jurídicas e legais. Isso pode acabar virando um pesadelo para estas pessoas”, conclui.
E é aí que o novo curso também se destaca, por contar com professores universitários especialistas no tema e altamente qualificados em seu corpo docente, com mestrado e doutorado, trazendo conhecimento aprofundado e embasado cientificamente. Além do conhecimento acadêmico, os professores do curso também possuemexperiência em implantar loteamentos sustentáveis e Ecovilas, tendo vivenciado pessoalmente estas situações.
“Infelizmente ainda vemos muitos projetos equivocados. Não adianta construir uma casa dita de bioconstrução empregando, por exemplo, terra e bambu, mas também utilizando isopor, plástico, pneus e outros materiais sem critérios, não considerando que a construção tem uma vida útil e que, quando ela for demolida, vai misturar todos esses materiais. Outra questão é esquecer de analisar o local e construir uma edificação dita sustentável em cima de uma área de nascente. Temos que pensar com cuidado em todo o ciclo de vida do empreendimento, incluindo futuras reformas e ampliações, para garantir que sejam menos impactantes no futuro, além de planejar bem a localização da edificação”, ensina Morelli.
“Esse planejamento vai desde o formato e posicionamentodas ruas até o atendimento das leis ambientais, não se limitando apenas à construção das casas. E, ao seguir orientações e modelos indicados por especialistas, os projetos podem até sair mais baratos”, complementa o professor Ademir Pereira dos Santos, arquiteto e coordenador adjunto do curso, que é professor do departamento de Arquitetura da Unitau e integrante do grupo de projeto da Ecovila Vargem Grande.
Segundo ele, a sustentabilidade tem três dimensões:econômica, social e ambiental. Por isso, o curso é multidisciplinar, contemplando alunos vindos das mais diferentes áreas de atuação, como Agronomia, Direito,Administração e até Saúde, indo muito além de Engenharia e Arquitetura e Urbanismo. “As Ecovilas são um fenômeno recente que ainda não tem legislação adequada para sua implantação. Para regularizá-las, é preciso mudar o plano diretor das cidades e as leis de zoneamento. É um assunto inovador, que tem um mercado muito amplo, mas que ainda sofre com a legislação ultrapassada e a falta de profissionais da área de planejamento preparados”, explica.
O professor conclui comentando que essa qualificação e profissionalização da área pode trazer vários benefícios para toda a sociedade, sendo inclusive comercialmente mais interessante para empreiteiras e construtoras.“Transformar condomínios verticais ou horizontais já construídos em espaços sustentáveis será outro grande desafio profissional deste século. Atender aos parâmetros da sustentabilidade oferece vantagens para as construtoras, pois a legislação urbanística de alguns municípios já permite a conversão da ‘área sustentável’ em ampliação da taxa de ocupação do terreno. Beneficia também toda a coletividade, pois esta área sustentável ajuda a evitar alagamentos ao captar água da chuva, economizar energia com uso da energia solar, produzir alimentos orgânicos e gerar renda e alimentos mais saudáveis, entre outros benefícios onde todos ganham”.
Fonte: UNITAU
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