IMAFLORA – Sugestões para o Dia da Amazônia: Conheça Iniciativas da ONG na Região

IMAFLORA – Sugestões para o Dia da Amazônia: Conheça Iniciativas da ONG na Região

Presente do campo à floresta, o Instituto desenvolve iniciativas em três frentes: Cadeias florestais e agropecuárias responsáveis; Sociobiodiversidade e desenvolvimento territorial; e Uso da terra e mudanças climáticas.

Desde 1995, o Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora) atua no território nacional e internacional promovendo a conservação das florestas por meio do uso sustentável e inclusivo dos recursos naturais, reduzindo as emissões de gases do efeito estufa e gerando benefícios a trabalhadores rurais e florestais, populações tradicionais, povos indígenas, quilombolas, agricultores familiares e todos nós. 

Por sua presença diária no campo e na floresta, o Instituto desenvolve iniciativas em três frentes: Cadeias florestais e agropecuárias responsáveis; Sociobiodiversidade e desenvolvimento territorial; e Uso da terra e mudanças climáticas. Assim, o Imaflora atua como articulador de iniciativas, promovendo educação socioambiental de atores importantes de cadeias produtivas e também no desenvolvimento de pesquisas.

O Dia da Amazônia é comemorado em 5 de setembro, sendo uma ótima oportunidade para abrir espaço no debate público para fomentar a discussão sobre os desafios que assolam a Amazônia, enfatizando as soluções em prol do desenvolvimento sustentável da região e da sua conservação.

O ano passado foi marcado pelo recorde de desmatamento da Amazônia Brasileira nos últimos 15 anos, foram mais de 10 mil km² em 2022. No contexto em que o agronegócio é o principal responsável pelo desmatamento ilegal no Brasil, o Imaflora desempenha um importante papel de articulação de diferentes atores para promover uma agropecuária livre de desmatamento e mais sustentável.

Outra frente de atuação do Imaflora são as iniciativas para fortalecer a bioeconomia. Segundo o estudo Bioeconomia da Sociobiodiversidade no Estado do Pará, em 2019, a bioeconomia gerou uma renda total de R$ 5,4 bilhões e 224 mil empregos, tendo como projeção chegar a R$ 170 bilhões em 2040. A visão é cooperar para o desenvolvimento sustentável da região para manter a floresta de pé e gerar renda para comunidades tradicionais. 

Abaixo segue uma lista com iniciativas do Imaflora que podem contribuir para a construção de pautas propositivas em celebração ao Dia da Amazônia.

Manejo florestal: renda e qualidade de vida com floresta em pé

A Iniciativa de Legalidade Florestal do Imaflora busca soluções junto ao setor madeireiro da Amazônia em direção a uma maior legalidade e sustentabilidade na produção.

Esse setor é afetado por problemas como extração ilegal, desmatamento, fiscalização ineficiente, falta de ordenamento territorial e de planejamento público sobre o uso da terra.

Os produtos florestais madeireiros sofrem de preconceito por grande parte da população. Mas o manejo florestal sustentável, segundo a ONU, é uma ferramenta fundamental no combate às mudanças climáticas e o uso sustentável dos recursos florestais é uma solução econômica para lidar com estas mudanças.

O manejo florestal foi desenvolvido e aprimorado para usar técnicas de ponta que mantêm a floresta em pé e com a biodiversidade preservada, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida de comunidades tradicionais e de trabalhadores, além de ser compatível com muitos outros usos da floresta que estas populações possam fazer.

Dados para transparência na cadeia da madeira: Plataforma Timberflow

  • Ligado à atuação de Legalidade Florestal, a Plataforma Timberflow é ferramenta criada para dar mais transparência à cadeia produtiva da madeira no Brasil com base nos dados dos sistemas oficiais de controle de produtos florestais (DOF/SINAFLOR, SISFLORA Mato Grosso e SISFLORA Pará).
  • Timberflow 11

Estudo revela que 6% da madeira comercializada no Brasil entre 2010 e 2020 foi de espécies ameaçadas e mapeia as espécies vulneráveis mais exploradas, mostrando que o mercado nacional é responsável por 94% desse consumo.

  • Timberflow 9

Imaflora cataloga nova lista de madeiras tropicais promissoras menos comercializadas e sugere 30 espécies com potencial para os mercados responsáveis de madeira.

Geração de renda com atividades sustentáveis: Programa Florestas de valor

O Programa Florestas de Valor desenvolve projetos que disseminam e fortalecem técnicas de produção sustentáveis na Amazônia brasileira. 

O programa fomenta a restauração florestal e a agricultura familiar, além de estruturar cadeias da sociobiodiversidade e negócios comunitários, contribuindo com a fixação e manutenção de estoques de carbono, bem como com a geração de renda.

Rede Origens Brasil® –  Sociobioeconomia e comércio ético com povos da Amazônia

  • A rede Origens Brasil® viabiliza negócios em prol da floresta em pé com garantia de origem, rastreabilidade, transparência e promovendo comércio ético.
  • Em 2022, apoiou a comercialização de mais de R$ 5 milhões e contribuiu para geração de renda de 3.328 pessoas entre ribeirinhos, extrativistas, manejadores, seringueiros, castanheiros, beiradeiros, artesãos e povos indígenas.
  • A rede opera em cinco grandes territórios da Amazônia – Xingu, Norte do Pará, Rio Negro, Solimões e Tupi Guaporé.

Olhos da Floresta – Qualificação e autonomia para produtores

  • Criado em 2016, o programa fomenta a cadeia do guaraná no Amazonas e promove inclusão social, geração de renda e uso racional dos recursos naturais. 
  • O programa incentiva a adoção de práticas agroecológicas que utilizam os agroecossistemas como unidade econômica integrada ao território. Este método de agricultura regenerativa propõe uma alternativa para o monocultivo – sistemas agroflorestais (SAFs).
  • Presente em 124 comunidades, o Olhos da Floresta atende a 350 famílias de agricultores e beneficia mais de três mil pessoas nos diversos elos da cadeia. A iniciativa opera em 90% das áreas produtivas do guaraná da região, apoia 17 municípios, como Autazes, Manacapuru, Presidente Figueiredo e Urucará.
  • Em quatro deles, destaca-se ainda a atuação em Unidades de Conservação (UCs): na Área de Proteção Ambiental (APA) da Margem Direita do Rio Negro, em Novo Airão; na Floresta Nacional (Flona) Pau Rosa, em Nova Olinda do Norte; na Área de Proteção Ambiental Caverna do Maroaga, em Presidente Figueiredo; e na Floresta Estadual (FES) de Maués. 

SERVIR

  • Em 2023 o SERVIR-Amazônia iniciou quatro novos projetos de pesquisa voltados para: Monitoramento das dinâmicas na mudança do uso do solo; Dimensionamento do estoque de carbono das florestas; Análise da frequência e do impacto das chuvas na região amazônica.
  • O SERVIR-Amazônia é uma iniciativa conjunta de desenvolvimento da Administração Nacional de Aeronáutica e Espaço (NASA) dos Estados Unidos e da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID), braço do SERVIR Global.
  • Desde 2005, o SERVIR Global trabalha em parceria com diversos países para promover o uso de informações fornecidas por satélites de observação da Terra e de tecnologias geoespaciais para desenvolver soluções acessíveis visando impactar positivamente a vida das pessoas.

Terra on Track 

  • O TerraOnTrack é uma plataforma colaborativa criada pelo Imaflora que permite que comunidades tradicionais e povos indígenas que vivem na Amazônia Brasileira acessem o aplicativo para visualizar alertas de desmatamento e degradação em tempo quase real, bem como colaborar e atualizar o banco de dados, contribuindo com a proteção florestal e com a gestão dos seus territórios.
  • Atende a região norte do Estado do Pará, onde existem diversas áreas protegidas, povos indígenas e projetos territoriais em execução.

Pecuária na Amazônia Legal – Boi na Linha

  • Em 2019 o Imaflora lançou o projeto Boi na Linha, para conter a expansão da pecuária proveniente de áreas de desmatamento.
  • Em seguida lançou o Protocolo de Monitoramento de Fornecedores de Gado da Amazônia, em conjunto com o Ministério Público Federal para fortalecer os compromissos socioambientais da cadeia da carne bovina na Amazônia;
  • Em Junho de 2023 a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (ABIEC) anunciou a adesão formal ao Boi na Linha, com o objetivo de levar o padrão para todas as empresas associadas.

Paralelamente, vale destacar a pecuária de baixa emissão de carbono. O que predomina nas definições de pecuária regenerativa é a relação entre solos, pastagens, bem-estar animal e condições de trabalho humano. As melhores práticas que compõem incluem:  adoção de leguminosas na formação de pastagens; os sistemas de integração lavoura-pecuária (iLP) ou lavoura-pecuária-floresta (iLPF); melhoria genética dos rebanhos; entre outras.

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